CORREIOWEB
15/10/09
Uma rede de média tensão soterrada ao longo de todo o canteiro central da W3 Sul vai atrasar o início das obras do veículo leve sobre trilhos (VLT). Mas a retirada da fiação é o menor dos problemas do governo. O custo da transferência está estimado em R$ 45 milhões, mas, segundo o secretário de Transportes, Alberto Fraga, o projeto executivo do VLT previa para esse fim apenas R$ 7 milhões. Até agora, não se sabe de onde vai sair a diferença de R$ 38 milhões para executar o remanejamento da rede de energia. São 6km de cabos a 1,5m de profundidade no trecho que vai do Eixo Monumental até o fim da Asa Sul.
O cabeamento foi enterrado no fim da década de 1950 e início dos anos 1960, quando a rede foi construída. Apesar de os técnicos estarem debruçados sobre o projeto executivo do VLT nos últimos dois anos, somente há 20 dias a Secretaria de Transportes teria tomado conhecimento da necessidade de retirada dos cabos e dos custos dessa obra. "Durante a elaboração do projeto, eles descobriram essa história, mas não trouxeram o assunto para discussão. Sem tirar os cabos não tem como começar a obra. Cogitamos construir o leito do VLT sobre a rede, mas o consórcio fez a prospeção e descobriu que não será possível", afirmou Fraga.
O VLT é o principal projeto do governo para melhorar o transporte público do Distrito Federal. O sistema deve atender uma demanda diária de 110 mil pessoas e está orçado em cerca de R$ 1,5 bilhão. O tempo de espera dos vagões será de no máximo quatro minutos e haverá parada de duas em duas quadras. Por meio da assessoria de imprensa, o Metrô-DF, responsável pela execução das obras, informou que a readequação das redes - não só da CEB como também de empresas de telefonia, entre outras - está prevista no projeto executivo. Em relação ao gasto com a retirada da rede elétrica, afirmou que os técnicos estão avaliando uma forma de reduzir as despesas. Saiba mais... MPDFT pede anulação dos editais de concorrência e contrato do VLT Modelo do VLT atrai os moradores Supremo libera GDF a fazer empréstimo para implantação do VLT Cerca de 200 pessoas tiram dúvidas sobre VLT em audiência pública Autorização para o VLT mais perto VLT: Emissão das licenças ambientais em jogo
Superintendente de Obras da Companhia Energética de Brasília (CEB), Dalmo Rebello Silveira Júnior informou que o remanejamento dos dutos de energia vem sendo discutido com o consórcio comandando pelo Metrô-DF desde o início deste ano. Segundo ele, a alternativa mais viável é a construção de uma rede no gramado da Avenida W4. "O VLT não pode ser construído por cima da rede porque exige escavações mais profundas", explicou. Segundo Rebello, a retirada dos cabos pode ocorrer simultaneamente às obras do VLT. "Podemos construir uma etapa, fazer a transferência e desativar a rede antiga. À medida que a obra avançar, fazemos novos trechos. Isso não vai impactar nem impedir o VLT. É uma solução técnica relativamente simples."
Apesar de mais cara, a rede subterrânea é mais confiável. E como Brasília é tombada como Patrimônio da Humanidade, a CEB tem que seguir os padrões da época do tombamento. Na W3, os fios sempre ficaram debaixo da terra e devem permanecer assim. Praticamente todo o Plano Piloto e o Sudoeste têm redes de energia subterrâneas.
1 - Clientes
A rede instalada no subterrâneo da W3 Sul atende os moradores e comerciantes das quadras 500, 700 e também parte das residências e apartamentos das quadras 300 e 100 Sul. Pelos fios, passam 13,8 mil volts diariamente.
MP questiona editais
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios instaurou ação civil pública com pedido de liminar para anular os editais de pré-qualificação, de concorrência e de contrato referentes à instalação do veículo leve sobre trilhos (VLT). Na ação proposta pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e Social, os promotores argumentam que os editais ferem a Constituição, a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei de Licitações. O MP questiona o fato de a licitação ter sido finalizada sem a previsão orçamentária suficiente para cobrir os custos da obra. A Secretaria de Transportes e a Companhia do Metropolitano (Metrô-DF) não haviam sido notificadas oficialmente ontem e não se pronunciaram sobre o caso.
Prédios altos nas 500
Revitalização da W3 por meio do aumento do gabarito dos edifícios - de dois para seis andares. Essa é a proposta defendida pelo secretário de Transportes, Alberto Fraga. Segundo ele, o fortalecimento do transporte público com o advento do veículo leve sobre trilhos (VLT) pede um comércio forte. "Se tivermos seis andares, mais comerciantes vão se instalar naquela região."
O superintendente regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Alfredo Gastal, porém, rejeita a sugestão. "Isso é um sonho de uma noite de verão que vai acabar em tempestade horrorosa no Iphan. Isso nunca vai acontecer enquanto o Iphan existir", disse. A assessoria de imprensa da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente informou que o aumento de gabarito nunca foi discutido pelos técnicos do órgão.
O comerciante Elton Vieira de Souza passou os últimos 40 anos de sua vida amolando alicates, facas e fazendo chaves na 508 Sul. Numa lojinha simples, ele viveu os tempos áureos do comércio na avenida e não crê na recuperação da área. "Nunca mais isso aqui será como naquele tempo", lamentou. (AB)
15/10/09
Uma rede de média tensão soterrada ao longo de todo o canteiro central da W3 Sul vai atrasar o início das obras do veículo leve sobre trilhos (VLT). Mas a retirada da fiação é o menor dos problemas do governo. O custo da transferência está estimado em R$ 45 milhões, mas, segundo o secretário de Transportes, Alberto Fraga, o projeto executivo do VLT previa para esse fim apenas R$ 7 milhões. Até agora, não se sabe de onde vai sair a diferença de R$ 38 milhões para executar o remanejamento da rede de energia. São 6km de cabos a 1,5m de profundidade no trecho que vai do Eixo Monumental até o fim da Asa Sul.
O cabeamento foi enterrado no fim da década de 1950 e início dos anos 1960, quando a rede foi construída. Apesar de os técnicos estarem debruçados sobre o projeto executivo do VLT nos últimos dois anos, somente há 20 dias a Secretaria de Transportes teria tomado conhecimento da necessidade de retirada dos cabos e dos custos dessa obra. "Durante a elaboração do projeto, eles descobriram essa história, mas não trouxeram o assunto para discussão. Sem tirar os cabos não tem como começar a obra. Cogitamos construir o leito do VLT sobre a rede, mas o consórcio fez a prospeção e descobriu que não será possível", afirmou Fraga.
O VLT é o principal projeto do governo para melhorar o transporte público do Distrito Federal. O sistema deve atender uma demanda diária de 110 mil pessoas e está orçado em cerca de R$ 1,5 bilhão. O tempo de espera dos vagões será de no máximo quatro minutos e haverá parada de duas em duas quadras. Por meio da assessoria de imprensa, o Metrô-DF, responsável pela execução das obras, informou que a readequação das redes - não só da CEB como também de empresas de telefonia, entre outras - está prevista no projeto executivo. Em relação ao gasto com a retirada da rede elétrica, afirmou que os técnicos estão avaliando uma forma de reduzir as despesas. Saiba mais... MPDFT pede anulação dos editais de concorrência e contrato do VLT Modelo do VLT atrai os moradores Supremo libera GDF a fazer empréstimo para implantação do VLT Cerca de 200 pessoas tiram dúvidas sobre VLT em audiência pública Autorização para o VLT mais perto VLT: Emissão das licenças ambientais em jogo
Superintendente de Obras da Companhia Energética de Brasília (CEB), Dalmo Rebello Silveira Júnior informou que o remanejamento dos dutos de energia vem sendo discutido com o consórcio comandando pelo Metrô-DF desde o início deste ano. Segundo ele, a alternativa mais viável é a construção de uma rede no gramado da Avenida W4. "O VLT não pode ser construído por cima da rede porque exige escavações mais profundas", explicou. Segundo Rebello, a retirada dos cabos pode ocorrer simultaneamente às obras do VLT. "Podemos construir uma etapa, fazer a transferência e desativar a rede antiga. À medida que a obra avançar, fazemos novos trechos. Isso não vai impactar nem impedir o VLT. É uma solução técnica relativamente simples."
Apesar de mais cara, a rede subterrânea é mais confiável. E como Brasília é tombada como Patrimônio da Humanidade, a CEB tem que seguir os padrões da época do tombamento. Na W3, os fios sempre ficaram debaixo da terra e devem permanecer assim. Praticamente todo o Plano Piloto e o Sudoeste têm redes de energia subterrâneas.
1 - Clientes
A rede instalada no subterrâneo da W3 Sul atende os moradores e comerciantes das quadras 500, 700 e também parte das residências e apartamentos das quadras 300 e 100 Sul. Pelos fios, passam 13,8 mil volts diariamente.
MP questiona editais
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios instaurou ação civil pública com pedido de liminar para anular os editais de pré-qualificação, de concorrência e de contrato referentes à instalação do veículo leve sobre trilhos (VLT). Na ação proposta pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e Social, os promotores argumentam que os editais ferem a Constituição, a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei de Licitações. O MP questiona o fato de a licitação ter sido finalizada sem a previsão orçamentária suficiente para cobrir os custos da obra. A Secretaria de Transportes e a Companhia do Metropolitano (Metrô-DF) não haviam sido notificadas oficialmente ontem e não se pronunciaram sobre o caso.
Prédios altos nas 500
Revitalização da W3 por meio do aumento do gabarito dos edifícios - de dois para seis andares. Essa é a proposta defendida pelo secretário de Transportes, Alberto Fraga. Segundo ele, o fortalecimento do transporte público com o advento do veículo leve sobre trilhos (VLT) pede um comércio forte. "Se tivermos seis andares, mais comerciantes vão se instalar naquela região."
O superintendente regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Alfredo Gastal, porém, rejeita a sugestão. "Isso é um sonho de uma noite de verão que vai acabar em tempestade horrorosa no Iphan. Isso nunca vai acontecer enquanto o Iphan existir", disse. A assessoria de imprensa da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente informou que o aumento de gabarito nunca foi discutido pelos técnicos do órgão.
O comerciante Elton Vieira de Souza passou os últimos 40 anos de sua vida amolando alicates, facas e fazendo chaves na 508 Sul. Numa lojinha simples, ele viveu os tempos áureos do comércio na avenida e não crê na recuperação da área. "Nunca mais isso aqui será como naquele tempo", lamentou. (AB)
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